segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Trabalho no 2º Período - A contribuição da Psicanálise para a Educação - Freud e a Educação
A
contribuição da Psicanálise para a Educação
Freud e a
Educação
Por Maria Cristina Kupfer
Dora Marta de Oliveira
2ª Período
Apresentação
“Freud acalentava o sonho de que um dia a Psicanálise pudesse ser
colocada a serviço dasociedade como um todo e, principalmente, da
Educação.” (p. 7)“Sua filha Anna dedicou-se à pesquisa das bases psicanalíticas
para uma pedagogia. Supunhaque a Psicanálise poderia ser transmitida aos
professores enquanto saber teórico. Através de seus3
livros, muitos professores entraram em contato com aquilo que passou a
ser chamado dedesenvolvimento afetivo das crianças.” (p. 7)“A nós cabe a tarefa de compreender o trabalho de Freud enquanto mestre
e dele extrair, se possível, alguma inspiração para a prática do
dia-a-dia do professor.” (p. 8)“...pode-se dizer que Freud foi um mestre da
educação porque abriu caminho para a reflexãosobre o que é ensinar e o que é
aprender.” (p. 8)“Aquilo que Freud denominou de transferência pode ser
encontrado num contexto analítico,mas também na relação professor-aluno. É a
partir da análise dessa relação que se pode pensar noque faz um aluno aprender. O que o faz acreditar no professor,
permitindo que um ensino sejaeficaz.” (p. 8 – 9)
Introdução
“Extraídas as devidas conseqüências, essa afirmação sobre a
impossibilidade da Educação pode não ser necessariamente um niilismo, uma
declaração paralisante, nem uma constatação deque
a Educação é inútil. Pode, contudo, apontar sobretudo os limites da ação
educativa, fazendolembrar ao educador que seu instrumento de ação não é assim
tão poderoso como supunha.” (p.12)“As
idéias educacionais de Freud emergem em momentos precisos da articulação da
teoria psicanalítica que ele estava, aos poucos, construindo. Depois de
aportar, em determinado texto,na construção de um conceito psicanalítico, era
como se Freud parasse um instante para refletir sobre as conseqüências da
conceituação recém-nascida sobre o seu modo de pensar a cultura, asociedade e a
Educação. Punha-se a examinar, naquele conceito, o que era proveniente de uma
particularidade do funcionamento psíquico e o que era fruto direto das
influências educativasrecebidas pelo indivíduo.” (p. 13)4
“O começo é a história da vida de Freud, sobretudo no que diz respeito à
educação a que ele próprio foi submetido, uma vez que muitas de suas reflexões
terão como base a sua experiência pessoal de aluno.” (p. 13)
Uma vida magistral: Freud, aluno e mestre
“O fato é que, desde cedo, seus pais esperavam que se tornasse um grande
homem. Talexpectativa não deixou de ter conseqüências. A partir dela, Freud
desenvolveu, em alto grau, suaautoconfiança. Por ela, no entanto, precisou
lutar. Ao ser considerado como ser privilegiado, deleeram, por outro lado,
exigidas responsabilidades e o cumprimento tácito das amplas expectativasnele
depositadas.” (p. 17)“Nesse cômodo, Freud
trabalhou e viveu durante os anos de sua formação escolar. Ali passava a maior parte do tempo que ficava em
casa, fazendo muitas vezes as suas refeições lámesmo. Era um leitor infatigável – chegou a comprar mais livros do que
podia pagar, o que provocou a primeira briga séria entre seu pai e ele.”
(p. 18)“Por isso, provavelmente qualquer
escola lhe teria sido de grande utilidade, pois Freud játinha dentro de
si aquilo que escola alguma pode ensinar: o desejo de saber.” (p. 22)
Freud e seus mestres
“A idéia básica é a de que os professores herdam as inclinações
carinhosas ou agressivasantes dirigidas aos pais.” (p. 23)“Reencontrou, por assim dizer, um desejo que já o
habitava (...), mas que não podia liberar enquanto não admitisse para si
mesmo que ser o próprio mestre não significava ocupar o lugar do pai junto à
sua mãe.” (p. 28 – 29)
Freud, ele próprio um mestre
“Freud parecia sentir-se ameaçado por seus discípulos, e não foram
poucos aqueles comquem Freud rompeu por acreditar que estavam, com a introdução
de idéias novas, alterando oudesvirtuando a Psicanálise.” (p. 30)5
O final da história
“De
fato, os últimos anos de vida de Freud não foram fáceis, tendo tais anos
transcorrido sobo nazismo e os preparativos
da Segunda Guerra Mundial. A perseguição imposta aos judeus deViena não o poupou, embora seu nome brilhasse como
nenhum outro e sua fama já tivessecorrido o mundo. Por causa sobretudo
da perseguição Freud foi obrigado a deixar Viena, no anode 1938, quando estava com 82 anos de idade. Mudou-se então para
Londres, onde viveu seuúltimo ano de vida, morrendo em conseqüência do
câncer de boca.” (p. 32)
Os primórdios da teoria psicanalítica
“A
explicação primordial é a da defesa do eu contra uma idéia incompatível com
ele.” (p. 35)“... está presente o fenômeno
de divisão de consciência – diz-se que a idéia traumática éexpulsa da
consciência, mas se mantém registrada de algum modo no psiquismo
‘não-consciente’e, por isso, pode ser registrada através do tratamento que
Freud vinha criando.” (p. 35)“Ora, se as
idéias incompatíveis são quase sempre de natureza sexual, e se são julgadasinsuportáveis pelo eu, então o que há de
insuportável na sexualidade? A pergunta freudiana iráconduzi-lo, em seguida, à Educação, interrogando-a
sobre o seu papel na condenação dasexualidade.” (p. 36)
Sexualidade e Educação
“Ao
que tudo indica, é a moral, transmitida pela Educação, que incute no indivíduo
as noçõesde pecado e de vergonha que ele deve, necessariamente, ter diante das
práticas sexuais.” (p. 36)“Na época em que Freud ligava, simplesmente, doença
nervosa a moralidade – e, portanto, aeducação – era simples propor uma
profilaxia das neuroses por meio de um processo educativo.Bastaria recomendar uma redução da severidade
imposta pelos educadores às crianças. Mas, a partir do momento em que Freud
entende o rigor como algo necessário ao bom funcionamento psíquico, as
coisas se complicam. Restava, de qualquer modo, propor que a educação não
fizesse6
uso abusivo de sua autoridade. Porque, se a correção educativa passou a
ser, no entender deFreud, necessária, nem por isso precisava ser
excessiva.” (p. 37)“Como entender que uma das fontes principais de prazer no
ser humano possa ser, ao mesmotempo, desprazerosa?” (p. 38)“...é aí, no ponto preciso em que um paradoxo
sobre a condição humana faz um nó, quedeverá ancorar-se a afirmação de
Freud sobre a impossibilidade da Educação.” (p. 38)
Sexualidade infantil e Educação
“O aspecto central dessa montagem era a teoria do conflito psíquico
entre o eu e uma idéiaincompatível com suas exigências. Dessa primeira
conceituação resultou seu modo de entender a participação da Educação nesse
conflito, que desempenha um papel de co-autora.” (p. 38)“...por que razão a maioria de suas pacientes se referia a uma
experiência de seduçãoatribuída a um adulto, que teria ocorrido em algum
momento da infância da paciente? A princípio
podia-se pensar – e Freud pensou – que se tratava de experiências reais. Mas a
quantidade e aintensidade das referidas experiências fizeram-no desconfiar de
que se tratava, na verdade, defantasia.
Ora, se eram fantasias, então havia algo, na experiência infantil, responsável
pelaemergência de tais fantasias,
alguma coisa, obviamente, de natureza sexual – afinal, são relatosde
experiência de sedução.” (p. 39)
As pulsões parciais
“‘Com o vaso de cristal quebrado’, como diz Freud. No entanto, uma
observação acurada permite perceber, no formato especial de cada
pedaço, a estrutura característica do cristal inteiro.Os pedaços se quebram obedecendo às linhas de força determinadas pela
disposição singular,estrutural, das moléculas daquele vaso. Assim, Freud
mostra, através dessa metáfora, que muitose pode saber sobre a estrutura
psíquica, caso se estudem seus ‘desequilíbrios’, suas rupturas.” (p.40)“As perversões adultas resultariam da permanência
de uma dessas perversões parciaisinfantis,
que teria, de certa forma, se ‘recusado’ a cair sob o domínio da genitalidade.
O voyeur adulto, por exemplo, estaria fixado na primitiva curiosidade infantil
de contemplação de seu7
companheiro, com o agravante de não poder obter prazer de nenhuma outra
maneira que nãoessa.” (p. 40)“A cada um desses
aspectos perversos, presentes na sexualidade infantil, Freud chama de
pulsões parciais: pulsão oral, no caso do prazer de sucção; anal, no caso da
defecação; escópica,no caso do olhar.” (p. 40)“Disso se deduz que essas pulsões
parciais não têm ainda um objeto preciso ao qual se dirigir.Somente depois que
estiverem reunidas para conformar a genitalidade é que a criança buscará umobjeto sexual sobre o qual dirigir seu impulso.
Antes disso, cada pulsão poderá se ligar, nomáximo, ao prazer que possa vir a ser extraído do órgão a que estiver
vinculado – olho, no casoda contemplação; genital próprio, no caso da
masturbação; boca, no caso da sucção do polegar;ânus, no caso da
defecação. Mas será uma pulsão dirigida ao próprio corpo, que não buscará
umoutro corpo, como acontecerá por ocasião do desenvolvimento da genitalidade.”
(p. 41)“Eis aí o ponto que interessa ao educador. Por seu caráter maleável,
proveniente da ausênciade objeto e de seu caráter decomponível, a pulsão sexual
é passível de se dirigir a outros fins quenão os propriamente sexuais: é
passível de sublimação.” (p. 41 – 42)
A sublimação
“Uma pulsão é dita sublimada quando deriva para um alvo não-sexual. Além
disso, visa aobjetos socialmente valorizados.” (p. 42)“Caso o desenvolvimento da criança seja bem-sucedido, o que vai ocorrer
é um conjunto demovimentos: parte dessa pulsão será reprimida (a criança
deixará de manipular fezes), parte irácompor a sexualidade genital (estará
presente nas preliminares do ato sexual através do prazer anal) e parte será sublimada. Ou seja, poderá se
transformar, por exemplo, na atividade deesculpir em argila. Nesse último
movimento, não existe mais objeto sexual, mas apenas umobjeto dessexualizado, a argila. Há, contudo, uma
energia orientando a atividade, a libido, um prazer a ela
correspondente, cuja origem, ou apoio, é a antiga atividade de manipular fezes.Caso,
porém, o desenvolvimento da criança não ocorra de maneira satisfatória, a
repressão da pulsão poderá originar uma
neurose obsessiva, da qual uma das características pode ser a8
obsessão por limpeza. Nesse caso, Freud afirma que a pulsão anal seguiu
um outro destino,diferente do da sublimação: foi transformada em
seu contrário.” (p. 43)
Sublimação e educação
“Freud
deixa de ser identificado como pedagogo tradicional a partir do momento em que
(...) propõe a sua utilização, a sua canalização em direção aos valores
‘superiores’, ao bens culturais,de produção socialmente útil. ‘Sem perversão’,
diz ele, ‘não há sublimação’. E sem sublimação,não há cultura.” (p.
44)“...Freud escreve que os educadores precisam ser informados de que a
tentativa de supressãodas pulsões parciais
não só é inútil como pode gerar efeitos como a neurose. De posse dessainformação, os educadores poderão reduzir a
coerção, e dirigir de forma mais proveitosa aenergia que move tais pulsões. Um exemplo disso é a importância do educador
no processo detransformação da pulsão escópica – a pulsão ligada ao
olhar – em curiosidade intelectual – ver omundo, conhecer idéias –, sendo que
tal curiosidade desempenha um papel muito importante nodesenvolvimento do
desejo de saber.” (p. 44)“...o educador é
aquele que deve buscar, para seu educando, o justo equilíbrio entre o prazer individual
– vale dizer, o prazer inerente à ação das pulsões sexuais – e as necessidades
sociais – vale dizer, a repressão e a sublimação dessas pulsões.” (p. 45 – 46)
A educação sexual das crianças
“...as
crianças devem receber educação sexual assim que demonstrarem algum interesse
pelaquestão. Essa resposta é uma decorrência
natural do fato de entender que, se já existe naexperiência da criança
algo de natureza sexual, não há por que negar a ela as informações atravésdas
quais poderá dominar, intelectualmente, o que já é conhecido no plano da
vivência.” (p. 46)“Por que, pergunta ele, é tão comum esconder, com fábulas
como a da cegonha, a verdadeirahistória sobre a origem da criança? Teme-se,
talvez – e erradamente –, responde ele, despertar demodo precoce uma
sexualidade que só devia se apresentar na puberdade.” (p. 47)9
“Não haveria, assim, razão para informar de modo sistemático, como uma
espécie de ‘ato pedagógico programado’, pois se acabaria esbarrando, uma vez
mais, no inconsciente. Resta,contudo, uma ética da verdade, um convite aos
educadores para jamais esconder, caso isso lhesseja possível, isso é, caso sua
própria ‘posição inconsciente’ não os impeça, a verdade sobre asexualidade.”
(p. 50)
O inconsciente
“Através
dos atos falhos, fiz Freud, um homem pode revelar seus mais íntimos segredos,
‘e,se aparecem com facilidade e freqüência especiais em indivíduos sãos, que
conseguiram realizar com êxito a repressão
de suas tendências inconscientes, isso se deve à futilidade, à aparênciainsignificante
com que surgem’. O eu os deixa passar, pois sabe que a essa ocorrência não é
dadamuita importância.” (p. 52)“O que Freud nos apresenta é a idéia de que não
somos ‘senhores em nossa própria casa’,e
acrescenta mais uma ‘ferida narcísica’ àquelas anteriormente trazidas por
Copérnico e por Darwin: a Terra não é o centro do sistema solar, o homem não é
o centro da criação. Agora, aconsciência não é o centro de nosso psiquismo, não
reina soberana sobre a nossa vontade.” (p.52)
Pulsão de morte
“Se o fim é (...) o prazer, então por que razão as pessoas
corriqueiramente não se jogam emfogueiras para se aquecer? Naturalmente, porque
ao princípio do prazer opõe-se o princípio darealidade, que regula, administra
e dirige a busca do prazer, já que essa busca costuma ser cega.O
princípio da realidade funciona como uma ligação do indivíduo com a realidade e
seus perigos.Limita a atividade puramente pulsional, não permite que o indivíduo
se destrua, pondera com elesobre os melhores
meios de obtenção do prazer, considerando as limitações que a realidade lheimpõe.”
(p. 54)“Do lado das pulsões de autoconservação, ou pulsões do eu, ficam as
funções indispensáveisà conservação do
indivíduo. Do lado das pulsões sexuais, ficam aquelas que, originadas nas
pulsões do eu, delas se destacam, como é o caso da pulsão oral, que não busca
mais o alimento10
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Sumário
1 – Apresentação
2 – Introdução
3 – Freud pensa na Educação
4 – Sexualidade Infantil
5 – As pulsões parciais
6 – Sublimação e Educação
7 – A desilusão de Freud com a
Educação
8 – O inconsciente
9 – Consequencias para o
pensamento de um Educador
10 – A aprendizagem segundo
Freud
11 – Poder e Desejo – A
transferência na relação professor – aluno
12 – O professor no lugar de
transferência
13 – A Era Pós-Freudiana
14 – As Influências da Psicanálise na Educação Brasileira
no Início do Século XX
15 –A contribuição da
Psicanálise na Educação
16 – De outro lado
17 – Conclusão
18 – Referências Bibliográficas
Apresentação
FREUD
EXPLICA! Quem nunca disse, ou ouviu, alguma vez a
frase, é por que certamente viveuantes de 1856, ano em que nasceu Sigmund
Freud, o pai da psicanálise. Esse termo éempregado nas situações em que não
conseguimos achar uma explicação para ocomportamento de alguém. Explicar um
tipo de comportamento é, claramente, coisa fácil para ogrande analista.
Entretanto, o próprio mestre é sempre tido, num primeiro momento, como um ser
complicado, envolto em uma névoa de mistério e sexualidade.
Neste sentido, a obra“Freud e a Educação – O mestre do
Impossível de Maria Cristina Kupfer, em
textoindicado pela professora Shirley da disciplina Psicologia da Educação,
facilitou a elaboração do presente trabalho.
Por oportuno, procurei respostas ou reflexões às
indagações pessoais, sobre o papel da Pedagogia, da Educação x Psicanálise
fazendo pesquisas em bibliografia de outros autores. Com o foco no paradoxo que
Freud e os saberes transmitidospelo
aporte teórico da psicanálise, levantam pela impossibilidade da Educação o qual
instauram, fundamentalmente, a concepção de sujeito do inconsciente no campo do
conhecimento educativo. O encontro com a psicanálise revela que há impossibilidades
em se estabelecer garantias, a priori, para a ocorrência da educação. A
pedagogia, por sua vez, resiste à aceitação dessa impossibilidade.
Introdução
“Extraídas as devidas consequências, essa afirmação sobre
a impossibilidade da Educação pode não ser necessariamente um niilismo, uma
declaração paralisante, nem uma constatação deque a Educação é inútil. Pode,
contudo, apontar sobretudo os limites da ação educativa, fazendolembrar ao
educador que seu instrumento de ação não é assim tão poderoso como supunha“.
A obra“Freud e a Educação – O mestre do Impossível ”,
de Maria Cristina Kupfer, é dividida em três partes principais, que serão
abordadas neste trabalho, principalmente no que se refere à Educação.
Num primeiro momento, a autora relata a história de vida
de Freud, começando com sua infância. Kupfer nos apresenta a outros estudiosos
que tentaram seguir as ideias freudianas, dentre essesaté mesmo sua filha Anna
Freud. A tentativa de criação de uma pedagogia analítica cai por terra,mas nem
assim deixa de ser importante para os educadores aprenderem mais sobre as suas
teoriasdo desenvolvimento da criança. Afinal de contas, tudo que possa vir a
ter relação com crianças, eao modo como elas se comportam e sentem, é de grande
interesse aos pedagogos. Na última parte, somos apresentados ao pensamento de
Freud sobre aprendizagem.
Segundo
Kupfer, entre as obras completas de Freud, menos de 200 páginas são dedicadas
às reflexões, análises e críticas sobre a educação. Estas páginas estão
dispersas ao longo de sua obra em textos que tratam de diferentes questões.
Essa dispersão não indica um descaso de Freud, mas, ao contrário, a educação o
acompanhou por toda a extensão da sua obra. Shared
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E finalmente, destaco a trajetória da psicanálise
no Brasil.
Freud
pensa na Educação
No final do século XIX, predominavam as explicações
orgânicas e psiquiátricas para doenças como as esquizofrenias, as psicoses e a
histeria. Os tratamentos eram: eletroterapia, banhos, massagens, hidroterapia,
internação e hipnose. Pouco sabiam a respeito de suas causas.
A histeria é que lhe chama a atenção pelo grande número
de pacientes que o procuram com vários sintomas: vômitos, alucinações visuais,
contrações, paralisias parciais, perturbação de visão, ataques nervosos e
convulsões. Freud queria observar, analisar e encontrar as origens daquilo.
No caso da histeria, a ideia incompatível é expulsa pelo
“eu” e tornada inócua por sua transformação somática. Freud chama isso de
conversão.
Se as ideias incompatíveis são quase sempre de natureza
sexual, então, o que há de insuportável na sexualidade? Esta dúvida conduziu-o
à Educação para averiguar qual o seu papel na condenação da sexualidade, e daí
a descoberta da sexualidade infantil.
É obvio que a moral transmitida pela Educação incute no
indivíduo, noções de pecado e vergonha que ele deve ter diante das práticas
sexuais.
Freud
chegou mesmo a pensar assim nos primeiros anos de sua prática clínica. No
entanto, a noção de um recalque operado já num plano intrapsíquico ( o eu como
agente do recalque) fê-lo pensar em 1896, de modo diferente. Há no interior da
própria sexualidade um desprazer . Freud
diz que em nome da própria sobrevivência individual e grupal que o eu opera o recalque
da sexualidade, que não deixa de estar presente e ser necessário a todo
aparelho psíquico.
Na
época em que Freud ligava, simplesmente, doença nervosa a moralidade, e
portanto, a educação era simples propor a prevenção das neuroses por meio de um
processo educativo. Bastaria recomendar uma redução da severidade imposta pelos
educadores às crianças. Mas a partir do
momento em que Freud entende o rigor como algo necessário ao bom funcionamento
psíquico as coisas se complicam. Acabava
por propor que a educação não fizesse uso abusivo de sua autoridade porque a
correção educativa, embora necessária, nem por isso precisava ser excessiva.
Merece
destaque a ideia do desprazer inerente à sexualidade, móvel da ação recalcadora
do eu. Como entender que uma das fontes principais de prazer no ser humano
possa ser, ao mesmo tempo, desprazerosa?
O mal-estar de Freud diante da questão do desprazer é especulatório, mas
ilustra-se que a resposta esteja na aurora da humanidade, o que ele chama de
desprazer originário.
De todo
modo, para o resgate das ideias de Freud sobre educação, essa questão tem uma
importância especial. Pois é aí no ponto preciso em que um paradoxo sobre a
condição humana faz um nó, que deverá ancorar-se a afirmação de Freud sobre a
impossibilidade da Educação.
Sexualidade
Infantil de Educação
O aspecto central
da primeira teoria dos estudos dedicados à histeria era a teoria do conflito
psíquico entre o eu e uma ideia incompatível com suas exigências. Dessa
primeira conceituação resultou seu modo de entender a participação da Educação
nesse conflito, que desempenha um papel de co-autora.
As novas investigações de Freud levam-no à
descoberta da sexualidade infantil, trazendo novas consequencias para as
questões da Educação.
Freud percebeu em experiências com pacientes histéricas fantasias, onde
a maioria de suas pacientes se referia a uma experiência de sedução atribuida a
um adulto, que teria ocorrido em algum momento da infância do paciente,
experiências de sedução, de natureza sexual.
A tese de que a sexualidade humana só
constitui no decorrer da puberdade, ocasião em que o organismo se torna apto
para procriar, devia, portanto ser revista.
Dessa
revisão, resulta um trabalho escrito por Freud em 1905: Três ensaios para uma
teoria sexual. Um deles se chama justamente “A sexualidade infantil”. Ali Freud
trata de uma questão capital para a Educação, ao mostrar que o impulso sexual
humano – a pulsão sexual – pode ser decomposta em pulsões parciais.
Freud
dedicará grande parte de sua obra ao estudo das pulsões e do jogo entre elas,
pois acreditava ser esse o jogo determinante da própria constituição do
psiquismo.
As
pulsões parciais
De acordo com Kupfer, Freud descobre
que, durante a constituição sexual dos seres humanos, há práticas de natureza
perversa que, mais tarde, não resistirá à repressão, pois terá que se submeter
ao domínio das práticas genitais com o objetivo da procriação. Têm-se como
exemplos as práticas perversas: exibicionismo, curiosidade relacionada aos
órgãos genitais, prazer de sucção, prazer ligado a defecação, entre outros.
Nesse caso, a pulsão sexual é
capaz de dirigir-se por caminhos socialmente úteis, ou seja, é passível de
sublimação, tendo a educação um papel primordial neste processo. Com isso,
torna possível que o individuo se volte para atividades socialmente aceitáveis
e valorizáveis, sendo elas: a produção científica, artística e todas aquelas
que promovem uma qualidade de vida aos seres humanos.
Desse modo, de acordo com Kupfer, para
Freud, a origem propulsora do desenvolvimento intelectual é sexual. A pulsão
poderá ser sublimada em pulsão de saber. No entanto, Freud nunca se preocupou
em construir métodos educativos ou técnicas. Esperava que os próprios
educadores, tomando conhecimento das teorias psicanalíticas, se encarregassem
disso. Assim, Kupfer (1989) exemplifica: o educador, orientado
psicanaliticamente, poderia oferecer argila a uma criança que manipulasse suas
fezes em vez de agir com fúria e recriminação, ameaçando esta criança com
castigos.
As pulsões parciais possuem caráter errático; o objeto
pelo qual se satisfaz é indiferente e intercambiável, logo pode se enveredar
por caminhos socialmente úteis. É passível de sublimação e para Freud a
Educação terá papel primordial nesse processo.Eis aí o ponto que interessa ao
educador.
Sublimação
e Educação
Uma pulsão é dita sublimada quando se dirige a um alvo
não-sexual visando objetos socialmente valorizados. Nessa busca de um objeto
pode haver uma dessexualização, pois a energia (libido) continua a ser sexual,
mas o objeto não o é mais. A antiga ânsia sexual ainda se faz presente, só que
de um modo mais brando, justificando a busca daquela atividade sublimada.
As bases necessárias à sublimação são fornecidas pelas
pulsões sexuais parciais e claramente perversas. Uma ação educativa que
“atacasse” essas pulsões, não só fracassaria, mas também faria desaparecer a
fonte de um “bem” e que “a tentativa de supressão das pulsões parciais não só é
inútil como pode gerar efeitos como a neurose”.
Pode ser
identificado como o pedagogo clássico que via na criança um mal originário,
diferente de Rousseau que afirmava a existência de um bem natural, depois
subvertido pela cultura. Deixa de ser identificado como pedagogo tradicional a
partir do momento que não preconiza o desenraizamento do “mal”, mas propõe sua
utilização, e direção aos valores superiores, aos bens culturais, de produção
socialmente útil. Dizia Freud que sem perversão não há sublimação e sem sublimação
não há cultura.
Resta, então, dirigir de forma mais proveitosa a energia
que move tais pulsões, transformando, por exemplo, a pulsão escópica em
curiosidade intelectual, desempenhando papel muito importante no
desenvolvimento do desejo de saber. Freud esperava que os próprios educadores
construíssem seu método e criassem modos de operação.
É
na medida em que propicia sublimação, como já se disse, que a Educação tem,
para Freud um papel importante.
Freud afirma que a hostilidade da civilização,
representada por uma educação repressora, é semelhante à defesa que o eu
levanta contra a pulsão sexual produzindo a neurose. Também a Educação exagera
e produz efeitos semelhantes. Freud chega a afirmar qe há uma vocação da
humanidade para a neurose. Freud
continua a martelar uma desconfiança, referida numa pergunta que nunca o
abandonou: Porque, do ponto de vista histórico, a Educação sempre foi tão
repressora?
Reich e Marcuse dão explicações políticas e afirmam que a
repressão sexual é uma das armas de que se serve a opressão política a fim de
garantir a submissão das massas.
Millot conclui que as classes sociais no poder fazem uso,
em benefício próprio, da repressão já instalada por outros meios, pois há a
possibilidade de a sublimação vir a ser operada, controlada, de fora, já que
não é, na verdade, um mecanismo ao alcance da consciência.
Freud declara o seguinte: o educador é aquele que deve
buscar, para seu educando, o justo equilíbrio entre o prazer individual e as
necessidades sociais.
A desilusão
de Freud com a Educação
Por que Freud afirmou que “a Educação é impossível?”Todas
as suas ideias, sobre a Educação, inspiradas pela Psicanálise foram por ele
mesmo questionadas:
·
O
educador deve promover a sublimação, mas sublimação não se promove por ser
inconsciente.
·
O
educador deve esclarecer as crianças a respeito da sexualidade, se bem que elas
não darão ouvidos.
·
O
educador deve se reconciliar com a criança que há dentro dele, mas é uma pena
que ele tenha se esquecido de como é esta criança.
·
E a
conclusão: “A Educação é uma profissão impossível”.
O
inconsciente
Observamos que é com a ideia de inconsciente que
esbarramos o tempo todo. Charcot, observando as pacientes histéricas, dizia que
havia uma divisão da consciência devida a uma debilidade congênita de algumas
mulheres. Para Freud, que aceitou essa explicação, a divisão da consciência era
fruto de forças psíquicas encontradas no interior do psiquismo, o resultado da
luta entre o “eu” e os impulsos de natureza inconsciente. O aparecimento do
sintoma neurótico era o modo como se resolvia o conflito, pois esse era o
disfarce que a pulsão se manifestava. Além dos sintomas, Freud descobriu outras
manifestações ao lado dos sintomas como os sonhos e os atos falhos.
Os atos falhos (lapsos) são pequenas manifestações que
emergem em nossa fala, sem que nos demos conta e que pode revelar nossos mais
íntimos segredos. Alguém que fala pode expressar muito mais do que está
querendo dizer.
Com essa descoberta a consciência foi desalojada da
posição de comando que vinha ocupando até então na Filosofia. A consciência não
é mais o centro do nosso psiquismo, não reina sobre a nossa vontade.
O aparelho psíquico se organiza sempre de modo a obter
prazer e bem-estar, ou então, no caso do sintoma, para obter o desprazer menor.
A busca do prazer costuma ser cega e é por isso que ao princípio do prazer
opõe-se o princípio da realidade, que regula, administra e dirige essa busca,
funcionando como uma ligação do indivíduo com a realidade e seus perigos. É o
princípio da realidade que não permite que o indivíduo se destrua achando os
melhores meios para a obtenção do prazer considerando as limitações impostas
pela realidade.
Há sempre um conflito entre o “eu” dirigido pelo
princípio da realidade (pulsões de conservação) e de idéias incompatíveis
dirigidas pelo princípio do prazer (pulsões sexuais).
Freud supôs que o desprazer emanava do conflito entre as
forças em oposição_as pulsões sexuais versus as pulsões de autoconservação.
Entretanto, há algo no psiquismo que escapa ao princípio
do prazer: a repetição (o neurótico repete sem cansar, atos que lhe causam
sofrimento) e Freud não conseguia entender como o indivíduo conseguia encontrar
prazer em seu permanente exercício. Entreviu a ação de uma força irreprimível,
independente do princípio de prazer e oposta a ele, sem contudo, ser aliada ao
princípio de realidade. Essa força tem um caráter mortal barrando o caminho ao
desenvolvimento porque a ação da repetição fixa, torna as coisas permanentes e
imutáveis, mostrando a Freud a “face da morte” em plena ação entre as forças
que atuam sobre a vida de um indivíduo.
Freud afirma existir em todo ser vivo uma tendência para
retornar ao estado inorgânico, pois a vida surgiu do não-vivo.
É tão grande a importância desse novo conceito que Freud
é levado a formular a dualidade pulsional em novas bases. A luta no interior do
psiquismo não se dá mais entre as pulsões do “eu” e as pulsões sexuais. Freud
reúne ambas de um só lado, pois elas agem a serviço da vida, de Eros,
interessadas na conservação da espécie. Seu inimigo é a pulsão de morte,
interessada em conduzir o indivíduo à estabilidade, onde nada se movimenta, a
matéria está inerte _ como a morte.
Conseqüências
para o pensamento de um educador
Como criar um sistema pedagógico partindo de tais
afirmações? As realidades do inconsciente e da pulsão da morte não casam bem
com a promoção de bem-estar e de felicidade próprios da educação. Contudo, o
que não pode ser esquecido é a ideia de que tais forças, presentes no interior
do psiquismo, escapam ao controle dos seres humanos e, portanto, ao controle do
educador. Poderíamos dizer, então, que a tarefa de educar se vê dificultada
pela ação do inconsciente? Por que Freud afirmou que a Educação, a Política e a
Psicanálise são tarefas impossíveis?
A Educação exerce seu poder através da palavra. Seu
discurso, dirigido à consciência tenta estimular os indivíduos a se conduzirem
em uma direção por ela mesma determinada. Da palavra extrai seu poder de convencimento
e de submissão do ouvinte a ela.
No entanto, a realidade do inconsciente ensina que a
palavra escapa ao falante. Ao falar, um político e um educador poderá se perder
e revelar-se indo em uma direção contrária àquela que seu “eu” havia
determinado.
Ensina a Psicanálise que a palavra é ao mesmo tempo lugar
de poder e submissão, de força e de fraqueza, de controle e de descontrole.
Com, então, educar sobre uma base paradoxal? É que, para Freud, o domínio, a
direção e o controle, que estão na base de qualquer sistema pedagógico, jamais
poderão ser integralmente alcançados.
Freud termina aqui com uma conclusão decepcionante: a
Psicanálise não serve de fundamento para a Pedagogia; não pode servir como
princípio organizador de um sistema ou de uma metodologia educacional.
Haverá, então, outro modo de a Psicanálise contribuir
para um educador?
A
Aprendizagem segundo Freud
O que poderia ser, para Freud, o fenômeno da
aprendizagem? Sobre isso, não vamos encontrar nenhum texto escrito por ele,
pois suas preocupações eram predominantemente clínicas, interessado que estava,
em livrar as pessoas do peso das neuroses.
Entretanto, por sua própria posição frente ao
conhecimento, pensava nos determinantes psíquicos que levam alguém a ser
“desejante de saber”. O processo da aprendizagem depende da razão que motiva a
busca de conhecimento.
A criança que pergunta tanto está realmente interessada
em saber como nascemos e por que morremos, de onde viemos e para onde vamos.
Para Freud, um momento capital e decisivo na vida do ser
humano é o momento da descoberta daquilo que ele chama de diferença sexual
anatômica, quando descobrem que o mundo é composto de homens e mulheres; em
seres com pênis e seres sem pênis. Sentem que algo está faltando para alguém.
Alguém perdeu algo, assim como já havia perdido o seio, as fezes, etc. A
descoberta da diferença sexual anatômica não depende de sua observação, mas da
passagem pelo Complexo de Édipo quando a menina se define como mulher e o
menino como homem.
A essa angústia Freud chamou de angústia de castração. É
isso que faz a criança querer saber. As primeiras investigações são sempre
sexuais, segundo Freud, porque a criança quer definir seu lugar no mundo, e
esse lugar é um lugar sexual.
Esse lugar sexual é situado em relação aos pais, ao que
eles esperam do filho, ao seu desejo. Por que ele foi posto no mundo?
Ao final da época do conflito edipiano parte da
investigação cai sob o domínio da repressão e a outra parte “sublima-se” em
“pulsão” de saber, associada a “pulsões de domínio” e a “pulsões de ver”.
Isso significa que o desejo de saber associa-se com o
dominar, o ver e o sublimar.
Para Freud, as investigações sexuais são reprimidas e não
é a Educação a maior responsável por isto. As crianças deixam de lado as
questões sexuais por uma necessidade própria e inerente à sua constituição. Não
por ser “feio”, mas porque precisam renunciar a um saber sobre a sexualidade,
para daí proceder a um deslocamento dos interesses sexuais para os não sexuais,
desviando para isso, a energia concentrada. Não deixam de perguntar porque a
força de pulsão continua estimulando estas crianças. Perguntam sobre outras
coisas para poder continuar pensando em questões fundamentais.
Freud diz ainda que essa investigação sexual sublimada se
associa com a pulsão de domínio e aí ele localizou a pulsão de morte. Saber
associa-se com dominar. A investigação sexual sublimada relaciona-se, também,
com o ver. O visual não é um elemento secundário nas pulsões sexuais. Na
constituição da sexualidade um elemento central é a fantasia da cena primária
ou cena de relação sexual entre os pais, na qual ela, a cena, é o objeto de uma
visão imaginada pelo sujeito, chegando à fantasia de se imaginar um dos seus
personagens.
Essa pulsão sublimada transforma-se em pulsão de domínio,
em “pulsão de saber”. Transforma-se em curiosidade dirigida a outros objetos,
de modo geral.
É importante ressaltar a filiação da curiosidade
intelectual à curiosidade sexual, à imagem fantasiada da cena primária.
Pode-se dizer que, para Freud, a mola propulsora do
desenvolvimento intelectual é sexual.
Entretanto, a criança não aprende sozinha. É preciso que
haja um professor para que o aprendizado se realize. O ato de ensinar pressupõe
uma relação com outra pessoa, a que ensina. Aprender é aprender com alguém.
Não importa o conteúdo ensinado (se é completamente
verdadeiro ou não), o aluno acredita no professor. E de onde eles extraem esse
poder de convencimento, a sua credibilidade?
Graças a isso o professor está revestido de uma
importância especial e graças a ela, tem grande influência sobre os alunos.
No decorrer do período de latência, são os professores
que tomarão o lugar dos pais, e em particular, do pai, e assim, herdarão os
sentimentos que a criança dirigia a esse último, por ocasião do complexo de
Édipo.
A ênfase freudiana está concentrada nas relações afetivas
entre professores e alunos, relações que antes eram dirigidas ao pai.
Posteriormente o próprio Freud declara que a palavra afeto deixa de ter tanta
importância.
É por isso que dizemos que, na perspectiva psicanalítica
não se focalizam os conteúdos, mas o campo que estabelece as condições para
aprender. Em Psicanálise, dá-se a esse campo o nome de transferência.
Poder e
Desejo – A transferência na relação professor-aluno.
A palavra transferência foi mencionada, por Freud, pela
primeira vez no seu livro A Interpretação dos Sonhos. Explicava que os
acontecimentos do dia eram transferidos para o sonho, onde apareciam
modificados. Percebeu, em seguida que o paciente transferia para o analista,
antigas vivências com outras pessoas, relacionando-se com ele como se fosse o
pai, com medo de sua autoridade. Porém, em momento algum o paciente percebia o
que estava acontecendo. Era uma manifestação inconsciente que passou a ser um
bom instrumento de análise desse inconsciente.
Freud chega a afirmar que ela está presente, também na
relação professor-aluno e o que se transfere são as experiências primitivas com
os pais.
Transferir é então atribuir um sentido especial àquela
figura determinada pelo desejo, que pode ser o analista ou o professor, e que
passam a ser depositários de algo que pertence ao analisando ou ao aluno e
passam a fazer parte de seu cenário inconsciente. Sua fala é escutada através
dessa especial posição que ocupam. Em virtude dessa posse, estas figuras ficam
carregadas de importância especial e é daí que emana o poder que eles têm sobre
o indivíduo.
Assim, em razão dessa transferência de sentido operada
pelo desejo, ocorre também a transferência de poder.
.O professor no lugar de transferência.
A História mostra que a tentação de abusar do poder é
muito grande. O professor pode subjugar o aluno e impor-lhe seus próprios
valores e ideias, ou seja, impor-lhe seu próprio desejo e fazendo-o sobrepor-se
àquele que movia seu aluno a colocá-lo em destaque. Daí cessa o poder desejante
do aluno e ele poderá aprender conteúdos, gravar informações, espelhar
fielmente o conhecimento do professor, mas não sairá desta relação como sujeito
pensante.
Poderia o mestre anular seu desejo se é este que o
impulsiona para a função de mestre? O jogo é complicado, pois só o desejo do
professor justifica o fato de ele estar ali; e, estando ali precisa renunciar a
este desejo.
Eis aí porque se apóia a ideia de que a Educação é
impossível.
A Era
Pós-freudiana
Já
foi esclarecido por muitos estudiosos que a Psicanálise, momento algum durante
sua criação, teve intenção de elaborar teorias para e educação, no entanto, ao
longo da história, as ideias de Freud acabaram se aproximando em diversos
pontos com os aspectos educacionais.
Porém, no início do século XX, o pastor Oskar
Pfister reconheceu a importância da Psicanálise pra a Educação, de forma
pioneira e Hans Zulliger, 1966, tentaram a criação de uma disciplina, a
Pedagogia Psicanalítica.
Outra tentativa foi a
transmissão da teoria psicanalítica a pais e professores. Ana Freud foi a
principal representante desse grupo.
Abrindo um parênteses,
para realçar queZulliger utilizava de Testes ou Técnica, que se trata de um
instrumento de avaliação da personalidade que tem como base o psicodiagnóstico
coletivo ou individualmente, Tal constatação reforça o interesse para o uso de
instrumentos projetivos no âmbito empresarial,
ou teste individual que integra
diversos aspectos da personalidade, com base tanto nos preceitos da
psicometria, como nos da projeção, o que permite uma investigação mais completa
do universo psíquico do examinando, tão solicitada no campo empresarial .
Retornando
à temática da Psicanálise da Educação, com o passar dos anos e com a evolução
dos estudos, vários estudiosos chegaram à conclusão de que seria impossível
elaboraruma metodologia educacional com as bases psicanalíticas, ou seja, não
seria possível se ter o que tentou se chamar de Pedagogia Analítica, como
concluiu Millot em seu livro "Freud Antipedagogo".
Porém,
esses mesmos estudos perceberam que o pedagogo poderia fazer da psicanálise uma
ferramenta para auxiliar seu trabalho dentro das mais diversas áreas
educacionais. Chegou se essa conclusão ao se perceber que as ideias
psicanalíticas estudavam a criança, sua formação enquanto individuo social e a
subjetividade, de um modo geral, por esse motivo surgia uma aproximação da
Psicanálise com a educação, que é a responsável pelo trabalho com o
desenvolvimento da criança.
A
Educação não consiste apenas de receitas já formuladas. Existem valores, moral,
proibições, além de saberes já planejados que devem ser trabalhados durante
todo o processo de educacional. Os educadores são responsáveis por construir,
em seus educandos, conhecimentos sobre as relações sociais cotidianos. Aspectos
da relação professor-aluno como os citados acima, nos levam a pensar que a
Psicanálise tem um papel fundamental no processo educativo.
Muitas
vezes os cursos de formação de pedagogos se preocupam demais em métodos de
ensino, mas esquecem de preparar esse profissional para alguns aspectos da sua
filosofia de trabalho, isto é, é preciso perceber que o pedagogo tem a função
de ocupar uma posição de "Ideial-do-Eu" (Kupfer, 1999), de modelo
para criança.
A
educação, dentro de um viés psicanalítico, pode ser em si mesma repressiva e
violenta, visando adaptar a criança ao que é aceito socialmente (Millot, 2001).
Contudo, esse processo educativo, que muitas das vezes é de encargo do
pedagogo, não precisa ser abusiva nesse processo de adaptação e o educador
preparado, para propiciar uma socialização saudável para a criança. A relação
professor-aluno pode ser um aspecto fundamental dento do processo de
aprendizagem. Segundo Freud (1914), o professor só será ouvido se estiver
revestido, por seu aluno, com uma importância. Assim, a aprendizagem não está
alicerçada nos conteúdos, mas sim na relação que estabelece entre o professor e
seus aluno, logo isso pode favorecer ou não o processo de aprendizagem,
independente dos conteúdos (Kupfer, 2007).
As Influências da Psicanálise na
Educação Brasileira no Início do Século XX
A
psicanálise, enquanto fundamento teórico e prático forneceu elementos que
contribuíram para a sustentação dos pressupostos filosóficos da “Escola Nova”,
que surgiu, a partir da década de 1920, como alternativa ao ensino tradicional.
Durante a primeira metade do
século XX, existiu uma estreita relação entre educação e psicanálise no Brasil.
Esta forte presença da psicanálise no discurso pedagógico brasileiro deveu-se a
uma série de fatores, alguns inerentes à própria psicanálise e outros relativos
à educação brasileira.
No que concerne à psicanálise, devemos considerar que as iniciativas de
aproximação com a educação foi um tema amplamente debatido na Europa desde a
década de 1910, ao se acreditar que uma educação guiada por princípios
psicanalíticos favoreceria o desenvolvimento de uma personalidade saudável e
evitaria o surgimento de sintomas neuróticos na vida adulta.
Além disso, a
psicanálise, ou mais especificamente o ramo da ciência psicanalítica dedicada à
psicanálise de crianças, encontrou na educação sua primeira via de inserção no
país, haja vista que as condições para o surgimento de um trabalho de cunho
estritamente psicoterápico ainda não existia.
A psicanálise foi tomada, no meio educacional brasileiro, como um
instrumento prático destinado a promover o ajustamento do aluno na escola e não
como um recurso para a compreensão da subjetividade da criança.
Uma importante
oscilação entre os trabalhos da primeira metade do século XX e aqueles
encontrados na atualidade diz respeito à forma de intervenção no meio
educacional, que passou a considerar a importância do aspecto relacional entre
aluno e professor, a contemplar a noção de infantil.
A implantação
das ideias psicanalíticas no Brasil se constituiu também no substrato que
conduziu a significativas modificações no modelo educacional vigente no país
até então, fazendo com que a educação tradicional fosse perdendo espaço para
uma nova filosofia educacional fundada no pensamento liberal, qual seja, a
“Escola Nova” forjada no ideário liberal, a “Escola Nova”, ou “Escola
Progressista”, como também ficou conhecida, surge no cenário educacional do
país como uma opção ou mesmo como uma oposição ao ensino tradicional em vigor
até então.
Provavelmente, a
semelhança mais relevante para o presente estudo é a distinção estabelecida
entre criança-problema e criança deficiente, que na pedagogia tradicional eram
classificadas sob um único rótulo: o de criança anormal.
Entre os teóricos nacionais que empunharam a bandeira da “Escola
Nova”, figura com grande destaque o nome de Anísio Teixeira que, após estudar
com o filósofo John Dewey (1858-1952) nos Estados Unidos, trouxe para o Brasil
suas ideias sobre esta nova filosofia educacional, implantando-as no ensino
municipal do Rio de Janeiro na década de 1930, o que ficou conhecido como
“Reforma Anísio Teixeira”.
Os profissionais
que exerciam as atividades que foram regulamentadas, em 1962, como atribuições
do psicólogo eram denominados de psicologistas quando exerciam atividades de
aplicação de teste, ou visitadoras psiquiátricas, ao desempenharem atribuições
como visitas domiciliares ou escolares.
É no bojo desta
concepção que encontramos espaço para o surgimento
da psicanálise de crianças associada à higiene mental, prática
esta que, em anos subseqüentes, serviu de esteio para o surgimento da análise
de crianças propriamente dita.
A etapa
aqui descrita marca o início de um período de transição na história da
psicanálise de crianças no Brasil. Deixando para trás uma fase, na qual a
psicanálise de crianças encontrava espaço social e científico apenas na
retórica, com a difusão de informações sobre educação infantil, este período
inaugura uma nova forma de compreender a psicanálise e sua aplicação à criança,
através da inclusão de preceitos psicanalíticos na assistência ao escolar
deficitário.
A natureza do atendimento
oferecido às crianças-problema pelas clínicas de orientação infantil, apesar de
migrar do campo da retórica para a prática, ainda não atribuía à psicanálise de
crianças o estatuto de um sistema terapêutico aplicado ao tratamento dos
distúrbios emocionais da infância, à semelhança da análise de adultos, uma vez
que sua intervenção tinha uma finalidade de caráter profilático e apenas
secundariamente assumia funções terapêuticas.
Devemos
ressaltar, no entanto, a conotação com que o termo profilático é empregado
neste contexto histórico.
Não se
trata unicamente de atribuir aos pais e professores a função precípua de
agentes profiláticos de futuras manifestações de doença mental, por intermédio
de uma educação infantil guiada por princípios psicanalíticos, embora esta
função pudesse advir secundariamente. O foco principal para o qual foram
direcionados os esforços dos profissionais que atuavam nas clínicas de
orientação infantil era o de promover a prevenção da doença mental, através da
compreensão e da assistência às manifestações sintomáticas da criança em idade
escolar.
Contribuições
da Psicanálise na Educação
A Psicanálise trouxe uma nova forma de olhar a criança e
a infância. A maior contribuição de
Freud, para os profissionais da educação, reside no fato de ter conduzido a uma
forma nova de olhar a infância, que contrasta fortemente com a crença vitoriana
de que o mau comportamento ou os problemas de personalidade da criança eram o
resultado do pecado original, só corrigíveis por uma disciplina severa e
rígida. Ao longo dos últimos cem anos, a
Psicanálise teve um papel incontornável na compreensão do funcionamento mental
e, inevitavelmente, foram sendo progressivamente integrados no domínio
educativo.
A extraordinária popularidade da psicanálise poderá, talvez, ser
explicada, em parte, pela sua ousada concepção da motivação humana, ao colocar
o sexo, objeto natural de interesse das pessoas e também sua principal fonte de
felicidade, como único e poderoso móvel do comportamento humano. Em que pese os detalhes excêntricos de muitas
narrativas clínicas, a abordagem do sexo sob um aspecto científico, em plena era
vitoriana, representou uma sublimação, que permitiu que a sexualidade fosse,
sem restrições morais, discutida em todos os ambientes, inclusive nos
conventos.
Essa permeabilidade subjetiva confundiu-se com profundidade
científica, e a teoria foi levada à aplicação em todos os campos das relações
sociais, nas artes, na educação, na religião, em análises biográficas, etc
A obra de Sigmund Freud, centrada inicialmente na terapia
de doenças emocionais, também veio contribuir em muito na área social e na
pedagogia, pois o ato de educar está intimamente relacionado com o
desenvolvimento humano, especialmente do aparelho psíquico.
As maiores contribuições da Psicanálise com a educação em
geral se dão através do estudo do funcionamento do aparelho psíquico e dos
processos mentais, onde ocorre a aprendizagem, do estudo dos vários tipos de
pensamento, da aprendizagem através dos processos de identificação e dos
processos de transferência que ocorrem na relação professor- aluno.
Revelando que o ser humano possui vários tipos de
pensamento (prático, cogitativo e crítico), o estudo freudiano lembra a
importância que tem a escola poder proporcionar o desenvolvimento de todas as
suas dimensões, alargando assim a capacidade do sujeito buscar alternativas por
si próprio e desenvolva o prazer de aprender.
As teorias de Freud podem ser aplicadas ainda hoje na
educação. Cada vez mais é preciso revê-las para entender como se processa o
desenvolvimento do aluno tanto emocional quanto mental. Ainda temos uma
educação que infelizmente trata os alunos como iguais, usando metodologias que
ignoram as diferenças e o professores muitas vezes não conseguem analisar mais
profundamente os porquês de determinados fracassos escolares, que certamente
estão ligados a problemas emocionais ou a metodologias equivocadas que não
respeitam a forma de construção do pensamento e as etapas evolutivas dos
educando.
A Psicanálise contribuiu para a entrada, no
campo da Pedagogia, de novos elementos de reflexão acerca dos processos
educativos, nomeadamente a questão abordada por Freud, da “transferência” para
o professor, mecanismos da identificação
projetiva no quadro da aprendizagem e da relação educativa, e a identificação
das angústias e medos presentes nessa relação. A conjugação destes dois atributos
chamam a atenção para a importância da história pessoal e da compreensão dos
significados e motivos, conscientes e inconscientes, inerentes a todos os
comportamentos.
Hoje qualquer abordagem do desenvolvimento psicológico é
indissociável dos nomes de Freud, Anna Freud, Melanie Klein, Renée Spitz,
Donald Winnicott e tantos outros que, a partir de uma perspectiva
psicodinâmica, contribuíram para uma compreensão do mundo infantil e dos
processos de desenvolvimento.
A contribuição da Psicanálise à
Educação escolar existe e elase dá no campo da ética, implicando em uma mudança
na postura dos que são afetadospor ela.
É possível,
ainda, falar de Psicanálise para a educação escolar, fora dos moldesclínicos,
na forma de cursos, reuniões encontros e espaços de fala e escuta.
Quealguns conceitos psicanalíticos são
importantes de serem repassados a este outrocampo do conhecimento: aqueles relacionados
ao desenvolvimento infantil, relacionadosà consideração do Sujeito do desejo, a
importância do brincar, (e o que se realiza nele),à sexualidade infantil e a
importância disso tudo para a aprendizagem.
De
outro lado
Desde o início da reflexão sobre
as relações da Psicanálise com a Pedagogia têm-se encontrado uma multiplicidade
de posições cujo protótipo encontrou logo na fase de expansão da chamada
Pedagogia Psicanalítica.
Na desvalorização extrema do papel da
Psicanálise para a educação, podemos encontrar posições como de alguns autores,
segundo a qual os conhecimentos teóricos da Psicanálise (e mesmo da Psicologia)
não têm qualquer interesse para a prática pedagógica, uma vez que tratam de um
setor da vida psíquica com o qual o educador não tem praticamente contato,
mesmo tendo em conta que, na sua prática, é constantemente atingido pelos seus
efeitos indiretos. Argumentam em causa a utilidade do conhecimento
psicanalítico para os educadores, dizendo que as formas de angústia que
interessam ao pedagogo e ao psicanalista nada têm em comum.
Alguns teóricos chamam precisamente a atenção para o que designam por
infiltrações desviantes, ou seja, ideias que, vindas da Psicanálise, não
penetram verdadeiramente o saber pedagógico. Será o caso, na sua perspectiva,
de certas formulações das pedagogias não-directivas ou da pedagogia
institucional. Trata-se de ideias pretensamente fundadas na Psicanálise e que,
por exemplo, apresentam a ausência de educação como algo bom, conduzindo à
educação permissiva, à hipervalorização dos discursos sobre a educação, ou,
ainda, àquilo que os autores consideram como o “veneno sutil” de considerar a
educação como a Psicanálise dos pobres.
Outra crítica, tendo em conta a importância do conhecimento sobre o
desenvolvimento infantil trazido pela Psicanálise, está em saber o que fazer
com esse conhecimento.
Frequentemente, as escolas
solicitam aos psicanalistas, psicólogos, e mesmo aos médicos, que intervenham
sobre situações educativas, mas de forma tal que suscitam grande ambiguidade.
Muitos desses pedidos são no sentido de que tratem dos casos, turmas ou grupos
de alunos numa perspectiva terapêutica, como se nada mais de pedagógico
houvesse a fazer.
Outra
crítica, tendo em conta a importância do conhecimento sobre o desenvolvimento
infantil trazido pela Psicanálise, está em saber o que fazer com esse
conhecimento.
‘O sonho freudiano, que era o de colocar a
Psicanálise a serviço de todos, acabou por fazer da análise, paradoxalmente,
pelo viés institucional, um instrumento de dominação e de seleção’observa
Manonni. No Brasil, sem dúvida, foi a ideia de seleção que predominou entre
nós.Atualmente, a Psicanálise é convocada apenas para selecionar crianças para
classes especiais, ouseja, para estigmatizá-las e segregá-las do convívio com
as demais. E isso é feito através de testes psicológicos que guardam com a
Psicanálise uma influência indireta e cada vez mais tênue!
Conclusão
Embora seja incontestável a grande
quantidade de informação produzida pela investigação psicanalítica sobre a
criança, o desenvolvimento e a aprendizagem, o debate sobre a relevância das
diferentes contribuições psicanalítica para a educação tem permanecido muito
aceso durante décadas.
A
Psicanálise propõe e possibilita a abordagem de problemas que a Pedagogia nunca
coloca. Isso cria a possibilidade de que a leitura do campo pedagógico e
educativo feito pela Psicanálise e a própria compreensão que o professor
formula de si nesse contexto, o possam levar a interrogar-se sobre a sua
prática, colocando-se numa posição criativa, de investigação e mudança.
Este trabalho foi muito importante e determinante para reconhecer a
importância da atuação do inconsciente
na relação pedagógica e educativa. Assim percebo que o ensino da psicanalise a
educadores abre apossibilidade de re-pensar as relações com o saber e com o
exercício de educar de forma distinta com os ideais cientificistas da pedagogia
e da transmissão sem efeitos da ilusão universitária, distinção entre teoria e
prática.
Partindo do pressuposto, que o pedagogo é o profissional responsável
pela educação de crianças e que, esse poderia fazer uso das teorias
psicanalíticas para uma reflexão da sua prática identifico que nos cursos de
Pedagogia, a Psicanálise é trabalhada somente como um tópico dentro da disciplina
Psicologia da Educação.O tempo dedicado aos estudos das ideias psicanalíticas é
consideravelmente curto, não sendo possível desenvolver o conteúdo previsto;
que a psicanálise ajuda na escuta do professor ao que o alunotraz, evitando
julgamento moral; que a visão psicanalítica pode mostrar ao professor que não é
somente ele o responsável pela detenção do conhecimento; que os estudos de
Freud atraem o interesse dos estudantes de Pedagogia, apesar de não objetivar a
utilização da Psicanálise para a prática docente, e sim para compreensão da
vida pessoal; que as ideias psicanalíticas podem possibilitar uma reflexão da
sua prática, no processo de interação com o aluno, com a família, aluno- aluno,
além de ajudar na compreensão da sexualidade e problemas de aprendizagem. A
Psicanálise pode contribuir com a formação do pedagogo e, principalmente, no
desenvolvimento da ética dentro da sua docência.
Este foi o primeiro passo para o estudo e
idealização de um tema para a iniciação à pesquisa científica tem
tão controverso e importante e que possui várias problemáticas. Desde Freud,
que no meu conhecimento de senso comum a tudo explicava, percebo que Freud
verdadeiramente implicava com a Educação dizendo-a impossível.
Referência Bibiliográfica
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Revista
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___________
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Acesso: em 06/12/2012
Reich,
W. (1942). A Função do Orgasmo: problemas econômicos sexuais da energia
biológica. Trad. Maria da Glória Novak. 13ªed. São Paulo,
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Zulliger,
Hans. Oskar Pfister, In: ALEXANDER, F. EISENTEIN, S. GROTJAHM, M. (Orgs).
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Centro de Estudos em Educação, Tecnologias e Saúde http://www.ipv.pt/millenium/Millenium38/13.pdf – Acessado: 07/12/12
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